A VIDA DA PALAVRA

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Criamos as palavras para nos comunicar com nossos semelhantes, como vias para expressão de sentimentos e transmissão de conhecimentos. As palavras nascem da nossa capacidade criativa e da nossa ânsia por união com nós mesmos e com o outro, ao nos descobrirmos capazes de pensar, mas ainda incapazes de compartilhar este pensamento. Nós gestamos as palavras para nos aproximar daqueles que nos rodeiam, para fazê-los compreender o que nos faz feliz ou infelizes e ao mesmo tempo compreendê-los.

Ano após ano, década após década, século após século, nós, mulheres e homens de todos os países e raças, criamos novas palavras que aos poucos entram no vocabulário diário da população de seu país. Estas vão sendo criadas conforme sentimos necessidade de expressar nosso amor, ódio, descobertas, medos, princípios morais, perdão, rancor e tudo mais que preenche nossos pensamentos. Nascidas estas palavras difundem-se e possibilita nossa comunicação com pais, amantes, filhos, amigos e inimigos, enfim com os conhecidos e desconhecidos. Elas funcionam como pontes para desvendarmos nossa subjetividade e alcançarmos as subjetividades de nossos semelhantes.

Ano após ano, década após década, século após século, nós, mulheres e homens de todos os países e raças, seguimos usando as palavras que criamos. No exercício diário de nossa comunicação nós falamos e ouvimos dezenas de palavras todos os dias de nossa vida. E neste exercício as palavras parecem ganhar vida para nos recriar. Plantadas em nossos ouvidos elas nos transformam, elas nos animam ou nos matam, elas enriquecem ou nos empobrecem, elas nos fazem mais fortes ou mais fracos.

Em nossa boca e ouvidos as palavras ganham vida e em poucos segundos adquirem o grande poder de gestar ou matar vidas humanas. Vivas elas nos recriam, transmitindo mensagens de amor e ódio elas nos fazem morrer e nascer centenas de vezes durante a nossa vida. Gestadas pós nós, vivificadas em nossas bocas e ouvidos elas nos gestam e nos vivificam, nos transformando em mulheres e homens felizes ou infelizes.

Criadas para nos aproximar de nossos semelhantes as palavras ganham vida e muitas vezes produzem o efeito contrário, nos separando daqueles que nos rodeiam. Palavras ditas com raiva, inveja, rancor, desprezo, separam os pais dos filhos, os amantes, os amigos, conhecidos e desconhecidos. Palavras gestadas sem amor nos isolam do resto da humanidade e só produzem mais separação.

Nos últimos tempos parece que nos esquecemos do nosso objetivo primeiro ao criarmos as palavras, esquecemos que elas foram criadas para nos aproximar, para compreender a nós e aos outros, para servirem de pontes. Precisamos relembrar este objetivo, precisamos nos dedicar a criar ou recriar palavras que nos aproximem, precisamos vivificar em nossas bocas e ouvidos palavras repletas de êxtase e luz, palavras que gerem mulheres e homens felizes.

As palavras gestadas com amor podem mudar o mundo através da criação de mulheres e homens mais amorosos e preocupados com seus semelhantes, mulheres e homens cujo objetivo maior seja fazer seu semelhante feliz.

Bocas e ouvidos atentos para criarmos e darmos vida apenas a palavras carinhosas e alegres, palavras capazes de nos aproximar uns dos outros. Cada um de nós é o responsável pela construção de um mundo de paz e harmonia, cada um de nós pode escolher dar vida as palavras de amor.