O cenário em que vivemos pode ser semelhante, aparentemente, para todos: avenidas, prédios, casas, escolas, hospitais, veículos, animais etc. Nascemos e vivemos em meio aos acontecimentos cotidianos enquanto cumprimos nosso ciclo biológico, que prossegue do nascimento a morte, passando pelas brincadeiras da infância, descobertas da adolescência, conquistas e fracassos da vida adulta, até chegarmos a velhice, fase que refletirá as escolhas feitas durante toda a vida.
Durante algum tempo enxergava e me satisfazia com estes cenários exteriores, com as lutas do dia a dia. Mas, em algum momento as realidades em que eu estava inserida perderam o sentido, e comecei a perceber o espetáculo por trás das cortinas: os interesses, as dúvidas, os sentimentos reprimidos, a beleza gratuita da natureza, a esperança no olhar de algumas pessoas, o amor desprendido dos animais, a compaixão, a avareza, a compreensão, a intolerância….
Hoje compreendo que este despertar significou meu nascimento para a percepção de outras realidades mais significativas. Passei a questionar os significados ocultos por trás dos acontecimentos cotidianos. Porque nasci em minha família? Porque nordestina? Porque mulher? Porque sem pai? Poque curiosa? Cada resposta que encontro me leva a mais perguntas e assim, encontro aos poucos, pistas que me ajudam a decifrar a caminhada de minha alma que está de passagem aqui na terra, aprendendo a superar meu egoísmo e cultivar o amor altruísta.